As igrejas carismáticas e pentecostais são conhecidas por acolher e criar espaço para a presença e o poder do Espírito Santo. Ansiamos pela capacitação com poder, cura, libertação e uma série de outras manifestações do Espírito Santo. Mas como podemos, de forma intencional, criar espaço para a atuação do Espírito? É aí que entra Steve Nicholson.
Steve é um líder incrível e eu o considero tanto um mentor quanto um amigo. Ele plantou diversas igrejas, liderou a iniciativa nacional de plantação de igrejas da Vineyard, falou em inúmeras conferências ao redor do mundo e serviu fielmente a Evanston Vineyard por décadas. Aprendi muito com Steve ao longo dos anos. Em 2016, tive a oportunidade de acompanhá-lo em uma viagem ao Reino Unido, onde não apenas pude vê-lo liderar várias reuniões, mas também pude conversar com ele por horas, exatamente antes de eu assumir o papel de liderança que hoje exerço aqui em Red Bluff, Califórnia. Atribuo em grande parte o crescimento da nossa igreja — de 35 pessoas para mais de 350 em apenas três meses — à prática de tudo o que Steve me ensinou. Desde então, nossa igreja tem continuado a crescer e temos experimentado um mover incrível do Espírito Santo… em grande parte por causa da influência de Steve em nossa comunidade. Mas isso é assunto para outro dia.
Neste post, quero que reflitamos sobre como podemos liderar um “tempo de ministração” dinâmico em nossas igrejas locais? Como podemos experimentar mais da presença e do poder do Espírito Santo nos momentos em que buscamos o Seu mover? Pois bem, não precisa procurar mais. Steve Nicholson tem uma palestra de pouco mais de uma hora e você não vai se decepcionar. Vá assistir agora. E compartilhe com todos que você conhece que desejam crescer nessa área. O que segue aqui são minhas anotações, observações e textos bíblicos de apoio para complementar o que Steve compartilhou. Espero que isso ajude você tanto quanto o pensamento de Steve me ajudou e moldou minha vida. Quero acrescentar que, ao aplicar os ensinamentos de Steve, temos vivido tempos de ministração incrivelmente poderosos em nossas reuniões — então, penso que a prova está nos frutos!
Como Conduzir um Tempo de Ministração Dinâmico
Primeiro, vamos começar com as cinco principais coisas que o Espírito Santo faz quando está agindo nas pessoas. Isso cobre cerca de 98% das situações em que você se encontrará durante o “tempo de ministração”. Sempre haverá espaço para situações em que o Espírito faz o que Ele quer e pode ser algo incomum.
Quando se trata de conduzir o tempo de ministração, é muito útil escolher um caminho ou um ponto de partidapara conduzir o tempo de ministração com um grupo de pessoas. As cinco formas comuns citadas anteriormente que o Espírito Santo faz são um bom ponto de partida. Muitas vezes é óbvio com o que começar, por causa do tema do sermão ou talvez pelo que Deus está claramente fazendo no ambiente. O ponto de partida não significa que é exatamente ali que vai permanecer… é apenas como as coisas começam… e pode começar pequeno e então crescer a partir daí (por exemplo, John Wimber sempre tinha um ponto de partida para o tempo de ministração… como quando Wimber começava com uma palavra profética de que havia cinco mulheres com condições específicas e, em seguida, seguia a direção do Senhor a partir daí).
Quando o Espírito Santo começa a agir nas áreas em que você escolheu começar a ministrar, as pessoas começam a ter fé por si mesmas e a se abrir para a possibilidade de que Deus possa ter algo para elas e, à medida que se tornam mais abertas à obra de Deus, a obra do Espírito se espalhará, especialmente quando duas coisas são verdadeiras:
É por isso que Steve recomenda que as luzes permaneçam acesas, indo contra as tendências atuais das igrejas carismáticas e, eu acho, manipulando as emoções das pessoas(!). As pessoas precisam ver e ouvir o “Reino chegando” ou a obra do Espírito. Afinal, Jesus disse que não podemos ver o vento, mas podemos observar sua atividade, e que é semelhante com a obra do Espírito (cf. João 3:8).
Esse início do “tempo de ministração” leva a ondas do Espírito Santo… e você pode ver essas coisas acontecendo e então, quem estiver conduzindo esse tempo de ministração pode começar a nomear essas coisas. De muitas maneiras, a pessoa que lidera esse tempo está simplesmente ali para facilitar o que Deus está fazendo, não para manipular as coisas ou forçar que aconteçam. À medida que o Espírito começar a se mover, você pode começar a se focar nessas coisas e reforçar o que você vê o Espírito fazendo. Isso permite que o Espírito Santo o conduza (é por isso que você está perguntando ao Espírito Santo: “O que você está fazendo?” e “O que vem a seguir?”). Não desista cedo demais! As coisas mais poderosas acontecem na terceira e na quarta ondas do Espírito.
Quando você já sabe por onde começar e que direção tomar, às vezes você precisa preparar o caminho para ajudar as pessoas a chegarem onde você está. Isso é especialmente verdadeiro em um domingo de manhã (por exemplo, explicando por que convidamos o Espírito Santo e esperamos pelo Espírito Santo). Steve recomenda dizer às pessoas na audiência para não orarem, porque orar é dar, e queremos que as pessoas estejam na postura de receber. Não antecipe o que seriam as experiências comuns para esses momentos… aguarde e veja o que Deus pode fazer, porque pode ser diferente do que você espera. Por exemplo, a partir do pano de fundo pentecostal de Steve, muitas vezes se assumia que o que fosse acontecer seria uma experiência emocional. Além de esperar, precisamos dizer às pessoas para relaxarem. Enquanto esperamos pela presença, orientação e condução do Espírito Santo, o que realmente estamos esperando é o Espírito Santo dizer: “Agora é a hora.” O que realmente está acontecendo nos bastidores e nos corações e mentes das pessoas no ambiente é que o Espírito Santo está se movendo por toda a sala, procurando por pessoas abertas, preparando-as e deixando elas prontas para quando as coisas começarem a se intensificar.
Se você está facilitando, está buscando entender o que o Espírito Santo está fazendo e dizendo. Você está procurando sinais de poder na sala. Ouça o Espírito para receber direção sobre como orar. Não se distraia com as pessoas tentando “ajudar a Deus”, porque algumas pessoas assumem que, se elas, por exemplo, começarem a sacudir as mãos, talvez Deus apareça. Não se distraia… as pessoas não precisam fazer Deus aparecer… apenas relaxe. Ignore essas coisas ou, de maneira gentil e amável, deixe-os saber que podem relaxar (é preciso sabedoria pastoral para fazer isso).
Uma vez que o tempo de ministração começa, você pode seguir a direção do Espírito. Se é tempo de capacitação com poder, siga com isso. Se é libertação, siga com isso. Se é cura, siga com isso. Muitas vezes, no final da reunião, metade da sala está orando pela outra metade da sala! Pode ser que certas fileiras estejam experimentando uma coisa e outra seção esteja experimentando outra. Apenas siga a direção do Espírito. Por exemplo, se você decide começar ou focar na liberação de dons espirituais, muitas vezes o dom mais comum a se manifestar é a cura. Se é cura, lembramos às pessoas que já temos autoridade para curar por causa da nossa identidade em Cristo e da autoridade do Reino de Deus… só precisamos do poder de cura do Espírito Santo. Então podemos levar as pessoas a discernirem se estão ou não sendo capacitadas para a cura, dizendo: “Todos que estão sentindo calor ou um aquecimento nas mãos ou nos seus corpos estão recebendo esse poder”, e então pedir que todos venham à frente para receber mais desse poder e, em seguida, pedir que eles se virem e que todos os que precisam de cura venham à frente para que eles orem pela cura das pessoas (depois de ensiná-los brevemente como orar pelos enfermos; é por isso que precisamos estar familiarizados com o Modelo de Oração em 5 Etapas).
Esteja pronto para o Espírito Santo interromper você. Na Vineyard sempre dizemos que estamos apenas tentando fazer o que o Pai está fazendo, então seja flexível.
Às vezes, o que ajuda as pessoas a receberem é elas terem que tomar alguma ação (vir à frente, levantar a mão, impor as mãos sobre alguém; Steve algumas vezes diria à audiência: “ergam as mãos e agarrem esse poder que está na sala”; essas são coisas que as ajudam a receber de Deus ao longo do caminho).
Às vezes há uma percepção de que já terminamos. Além disso, não compartilhe muitas palavras proféticas de uma vez; deixe que elas tenham impacto; muitas palavras podem distrair e as pessoas acabam se desconectando (cf. 1 Coríntios 14:29-33).
Sobre a música, Steve tem algumas observações excelentes:
No início da Vineyard, o tempo de adoração e o tempo de ministração se sobrepunham bastante. Originalmente, na Vineyard, John Wimber nunca tinha música depois da sua pregação e na transição para o tempo de ministração. Wimber também INTENCIONALMENTE “quebrava o clima” e não criava nenhuma empolgação para que as pessoas vissem que aquilo era algo “de verdade” e a obra do Espírito. Ele “reduzia a intensidade” para ajudar as pessoas a se conectarem e aprenderem com o Espírito.
Através da adoração, as pessoas estão em um momento de dar a Deus; o tempo de ministração é sobre receber de Deus. Além disso, há a necessidade de que as pessoas ouçam o que Deus está fazendo para poderem se conectar. De modo geral, Steve não usa música de fundo porque ele quer que todos possam receber. Após o tempo de ministração, os músicos voltariam e a congregação poderia celebrar o que Deus fez. Portanto, de modo geral, Steve sugeriria não ter nada que crie uma empolgação apenas humana para aquele momento (precisamos refletir e discernir como isso pode se aplicar em cada uma de nossas igrejas locais).
Sobre o domingo de manhã, o que é diferente de um ambiente de conferência?
O domingo tem um tempo mais definido (por exemplo, visitantes não querem ficar lá por cinco horas; o ministério infantil exige que sejamos atenciosos porque você vai perder os voluntários das crianças se for muito longo e, então, sua igreja morre porque não tem ministério infantil!). Ao mesmo tempo, nós realmente queremos que as pessoas encontrem Deus! Afinal, se o domingo de manhã for completamente previsível, por que sequer sair da cama para ir à igreja?!?!?! O que as pessoas realmente querem e realmente precisam é serem completamente surpreendidas por Deus! O que as pessoas querem e precisam é ter a presença não domesticada de Deus (o Deus que passeia pelo meio da igreja).
Então, como podemos ter um tempo de ministração dinâmico em um domingo de manhã?
Perguntas & Respostas:
P: Como você reconhece quando as “ondas” estão crescendo ou diminuindo?
P: Como a cura está ligada à libertação?
P: O choro e o riso como fruto da obra do Espírito são físicos ou emocionais?
A: Geralmente, esse tipo de evidência vem depois da obra do Espírito e são posteriores às manifestações físicas. Além disso, a “alegria no Espírito” é quase como um anestésico… e é um trabalho preparatório para aquilo mais profundo que o Espírito deseja fazer. (Parece que seria desejável termos algum acompanhamento ou um tempo de ministração mais pessoal para aprofundar nisso).
Conclusão.
Como você pode ver, Steve tem muita coisa útil aqui. Eu fortemente encorajo você a assistir ao vídeo.
Tradução Autorizada do Original: https://sacramentalcharismatic.substack.com/p/how-to-lead-a-dynamic-ministry-time